A FESTA CAIPIRA NAS IGREJAS EVANGÉLICAS
- Pr. Robson Tavares
- 10 de mai. de 2014
- 3 min de leitura

A realização de festas em formato caipira pela igreja cristã evangélica ainda divide opiniões, pelo fato de a festa junina, que as inspirou, estar relacionada à festa pagã do solstício de verão. Essa festa foi reeditada pelos católicos na Idade Média, passando a ser conhecida primeiro como festa joanina, por comemorar São João, e posteriormente como junina, por ser celebrada no mês de junho.
Essa festa entrou em nosso folclore por influência dos portugueses, nossos colonizadores. As comidas típicas, as canções e as roupas caipiras são uma clara referência ao povo campestre, que povoou principalmente o nordeste do Brasil. Os enfeites de papel, os balões de ar quente e a bombinhas de pólvora apontam para as novidades que os portugueses descobriam nos continentes que visitavam e exploravam.
Uma vês fui surpreendido pelo comentário de uma mulher evangélica, que ao ver uma festividade dessas em uma igreja, disse que era mais uma igreja que estava caminhando para o inferno. Questionei se esse pensamento era apenas pela festividade e a mesma disse que sim. Eu perguntei se sendo assim, ela acreditava que o autêntico povo "caipira" quando se reuniam para um momento de comunhão e cantar louvores (que na certa seriam no estilo sertanejo), se eles iriam para o inferno por isso? Penso sempre na motivação e na centralidade das coisas, como se deve ser, ir até a fonte para saber o por que disso ou daquilo estar sendo feito.
Se uma igreja se reúne em forma caipira para se alegrar e cantar louvores com uma roupagem caipira ou sertaneja, trazer uma palavra evangelística e se alegrarem uns com os outros eu não vejo mal nisso. O mesmo acontece quando damos presentes uns aos outros no Natal ou ovos de chocolate para nossos filhos na Páscoa, não estaríamos então entrando no foco religioso destas datas? Mas usamos as mesmas para lembrar de Jesus, sempre tem que ser sobre Ele. O problema é quando o foco é desviado para outro que não seja apresentar Jesus aqueles que de dificilmente teriam um contato com Sua Palavra.
Essas festas folclóricas foram reeditadas pelos evangélicos para fins evangelísticos; para atrair as pessoas que vão a festas juninas tradicionais. O foco não são as comidas típicas nem promover cantores de “forró gospel”, e sim Jesus.
Por meio dessa estratégia, muitas pessoas que não conhecem o evangelho podem ouvir canções que falam do amor de Deus, receber uma oração e ter a oportunidade de entregar sua vida a Cristo. No mínimo, ela terá a oportunidade de travar contato com os cristãos, constatar sua alegria saudável e despertar para o fato de que Deus está de braços abertos para ela também experimentar novidade de vida.
Esta não é aquela ideia de trazer o mundo para agradar os irmãos e mantê-los na igreja, é um momento de comunhão entre os irmãos e com o foco de trazer seus amigos e familiares até um lugar onde será falado de Jesus. A centralidade deve estar em Jesus.
Isso porque, nos eventos realizados pelas igrejas evangélicas, não há bebidas alcoólicas, drogas, brigas nem idolatria. Esse diferencial chama a atenção dos que não conhecem Cristo. Para isso, é claro, todos os que estão envolvidos com a festa jesuína precisam ser sábios em suas atitudes e comportar-se com cordialidade e simpatia, sem deixar de ser sal da terra e luz do mundo, a fim de atrair os pecadores a Cristo.
Sendo assim, é bom dizer, respeite aqueles que são mais tradicionais e não apoiam de maneira alguma as festas jesuínas.
Comments